A Assunção de Maria

1892

A Terra toda te canta

Da morte dominadora.

No céu a ti temos, todos,

Protetora.

 

Fiel, conserva os fiéis,

Procura a ovelha perdida.

Brilha na treva da morte,

Luz e Vida.

 

Louvor à excelsa Trindade.

Que dê a coroa a quem

Ele fez Mãe e Rainha

Nossa. Amém.

Com esse hino toda a Igreja reza a oração da manhã no dia em que comemoramos a Assunção de Nossa Senhora. As palavras parecem penetrar no fundo do nosso coração necessitado de amor, de reconciliação, de perdão. De fato o coração do homem deseja ser feliz antes que qualquer coisa, mas muitas vezes se experimenta longe dessa felicidade pelo próprio pecado, pela experiência de fragilidade, de incapacidade.

Por isso, ao rezar com essas palavras que nos remetem a vitória de Maria sobre a morte, nosso coração encontra a paz que tanto busca. Ao ver Maria no céu, como mãe e protetora de cada um de nós, como uma estrela a guiar nossos passos para um dia chegar e compartilhar essa glória com ela, nosso coração percebe que encontra aquilo que estava procurando desde sempre.

É isso que nos diz também a liturgia de Missa de hoje. No momento em que o sacerdote reza sobre o pão e o vinho, logo antes de serem consagrados, escutaremos: “Hoje foi elevada ao Céu a Virgem Mãe de Deus, como antecipação e imagem da perfeição que alcançará a Igreja, garantia de consolo e esperança para o povo que peregrina.”

Maria da Assunção é também a Maria consoladora. Consoladora porque enche de esperança o coração do homem desesperado em meio a tantas dificuldades nesse mundo. A esperança firme de que o mal e a morte não possuem a última palavra. A esperança de que a vitória de Cristo, realmente eficaz, abriu para o ser humano as portas do Paraíso, onde nossa Mãe já entrou e continua intercedendo por nós, aguardando ansiosamente que a encontremos.

O Papa Francisco, durante uma homilia no dia da Assunção, falava exatamente sobre essa esperança: “Esta esperança oferecida pelo Evangelho é o antídoto contra o espírito de desespero que “cresce como um câncer” na sociedade.” Recordemos que Francisco, em sua primeira encíclica Lumen Fidei, já tinha exortado os fiéis: “Não nos deixemos roubar a esperança.”

Fruto dessa esperança firme do cristão é a alegria que todos nós somos chamados a experimentar e transmitir ao mundo. A verdadeira alegria do cristão nasce da firme esperança da vitória de Cristo, que resplandece com particular brilho na Assunção de Maria. Hoje é um dia para lembrar disso e perguntar-nos porque estamos tristes e abatidos? Um verdadeiro cristão tem todos os motivos do mundo para ser alegre, inclusive em meio as dificuldades, porque Cristo venceu todas as dificuldades e reina à direita de Deus Pai, junto com Maria, nossa Mãe.

Terminemos essa reflexão com a oração que faremos depois da comunhão, porque ela expressa com muita simplicidade e profundidade os sentimentos e atitudes que Deus quer que tenhamos hoje e sempre, a exemplo de Nossa Senhora.

“Deus eterno e todo-poderoso, que elevastes à glória do céu em corpo e alma a imaculada Virgem Maria, Mãe do vosso Filho, dai-nos viver atentos às coisas do alto a fim de participarmos da sua glória. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.”

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