“A boa mentira” traz uma reflexão sobre o amor

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Sinopse: Três homens sudaneses, Mamere (Arnold Oceng), Jeremiah (Ger Duany) e Paul (Emmanuel Jal), têm a oportunidade de sair do país e conseguir uma vida melhor nos Estados Unidos. Eles são acolhidos por uma assistente social, Carrie Davis (Reese Witherspoon), que pouco conhece sobre o duro passado de cada um. Ela é uma mulher solteira, bem resolvida e muito prática, o que parece estranhíssimo para eles. Aos poucos, tornam-se amigos e descobrem uma nova visão de mundo.

A primeira meia hora do filme traz todo o drama de sobrevivência dos irmãos, que passam fome e perseguições, enquanto tentam fugir da guerra civil no Sudão e ir para o campo de refugiados mais próximo. Alguns podem achar um pouco monótono ou cansativo, mas são cenas essenciais para que se possa compreender a vida e os valores de cada um dos personagens.

Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos seus amigos”, disse Jesus aos seus discípulos logo após exortar que devemos amar uns aos outros assim como Ele nos ama. Poderíamos, então, dizer que esta é a mensagem central do filme: o amor. Amor este que se manifesta de diversas formas, e está longe de ser um mero sentimento, pois é decisão, concreto em atos e palavras.

A partir da vivência em uma realidade marcada pelos conflitos e guerras, os “meninos perdidos do Sudão”, como são conhecidos, tendem a entender de forma encarnada o que é solidariedade e compaixão, afinal, precisam lidar a cada dia com as dores e as perdas. Por isso, o filme traz muito esta dimensão do cuidado que se tem com o outro, a atenção, respeito e um olhar sobre a necessidade, tanto dos mais próximos quanto daqueles que eles sequer conhecem.

Tendo a oportunidade de imigrarem para os Estados Unidos, passam a ter uma nova vida e conhecem valores e conceitos novos de sociedade, algo que lhes era incomum em sua terra natal, e o belo é notar a inocência de seus corações e o sincero desejo de não se deixar levar muitas vezes pelo pensamento consumista, egoísta e individualista, mas ser testemunho deste amor concreto para com os outros.

Não há como pensar em amizade sem imaginar o sacrifício, pois como diz Santa Teresa de Calcutá, “amor, para ser verdadeiro, tem de doer”, por isso, no filme, podemos ver a união deles em tudo. Os meninos, de perdidos que estavam, se encontraram no amor.

Mas talvez você esteja se pensando se, analisado sob uma ótica cristã, não seria um paradoxo um filme chamado “A boa mentira” trazer valores tão importantes como o amor. Não queremos aqui dar detalhes sobre o fato em si, pois seria um grande spoiler do filme, mas ressaltar que, independente de qual seja, ainda que não prejudique ninguém ou até mesmo ajude, nunca é “boa”. É o que nos ensina a Santa Igreja e a moral cristã, pregada pelo próprio Cristo. No caso do filme, entendemos que faz parte da dinâmica ficcional, daquelas cenas de grande impacto.

No mais, é um filme com ótima produção, boas atuações e uma bela história.

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