O Santo Padre presidiu, na manhã deste sábado (09/4) na Praça São Pedro, no Vaticano, à audiência jubilar, por ocasião do Ano Santo da Misericórdia.
Entre os numerosos peregrinos e fiéis, provenientes de diversas partes da Itália e do mundo, encontravam-se os membros da Federação Italiana dos Semanais Católicos, por ocasião dos seus 50 anos de atividades, que reúne os principais jornais diocesanos da ação pastoral da Igreja na Itália.
Estiveram presentes também cerca de 1500 representantes da Universidade Católica do Sagrado Coração e da Fundação Policlínico Gemelli de Roma, por ocasião da Jornada Universitária, que se realiza neste domingo em toda a Itália. A Universidade Católica do Sagrado Coração, a maior universidade não estatal da Europa, foi fundada em 1921.
Em seu discurso, o Papa partiu da liturgia do dia, que permite descobrir um aspecto essencial da misericórdia: a esmola.
“Dar esmola pode parecer uma coisa simples, mas devemos fazer atenção para não esvaziar o grande conteúdo deste gesto. A palavra ‘esmola’, em grego, significa exatamente ‘misericórdia’. Logo, ela traz consigo toda a riqueza da misericórdia”.
O dever de dar esmola, explicou Francisco, é antigo como a Bíblia. O sacrifício e a esmola eram dois deveres obrigatórios para uma pessoa religiosa, que deveria recordar-se, de modo especial, dos pobres, dos estrangeiros, dos órfãos e das viúvas. Era como um estribilho bíblico. E o Papa acrescentou:
“Isto significa que a caridade requer, antes de tudo, uma atitude de alegria interior. Praticar a misericórdia não deve ser um peso ou um tédio, do qual livrar-nos rapidamente. Jesus deixou-nos um ensinamento insubstituível: não dar esmola para sermos louvados e admirados pela nossa generosidade”.
Não é a aparência que conta, adverte o Santo Padre, mas a capacidade de parar e olhar no rosto de quem pede esmola. Logo, não devemos identificar a esmola com uma simples moeda dada, sem olhar para quem a recebe e sem se informar sobre as suas necessidades. E o Papa concluiu:
“A esmola é um ato de amor que fazemos a quem encontramos; é um gesto de atenção sincera a quem pede ajuda. Tal gesto deve ser feito secretamente. Somente Deus pode ver e compreender o seu valor. Há maior alegria em dar do que em receber”.
Ao término da sua catequese, o Papa Francisco passou a cumprimentar os diversos grupos de peregrinos presentes na Praça São Pedro. Eis a saudação que fez aos fiéis de língua portuguesa:
“Com grande afeto, saúdo os peregrinos de língua portuguesa, em particular os grupos de Pontal e do Colégio São Bento do Rio de Janeiro, com votos de que possais vós todos dar-vos sempre conta do dom maravilhoso que é pertencer à Igreja. Vele sobre o vosso caminho a Virgem Maria e vos ajude a ser sinal de confiança e instrumento de caridade no meio dos vossos irmãos. Sobre vós e vossas famílias desça a Bênção de Deus.