A dor da traição é uma dor conhecida pelo mundo da Bíblia. “Se o inimigo viesse insultar-me, poderia aceitar certamente; mas és tu, companheiro e amigo com quem tive agradável convívio, (Sl 54, 13-14) que erguestes teu pé contra mim” (Sl 40,10b.)
Diante destas dores, como não sentir aquela contradição que nos conduz do amor ao ódio, numa intensa busca de explicações? O que Deus espera de nós diante destas dolorosas realidades?
Guia prático
1. O que sinto? O que vou fazer em relação a isso?
Medite, converse com pessoas prudentes, chore no colo dos seus pais, e não esqueça de falar com Deus: peça a Ele a Sabedoria de amar. As feridas do nosso coração não podem nos afogar. Devemos levantar e nadar neste mar de dificuldades, e levar o nosso interior à luz da verdade, onde o coração novamente conseguirá amar e ser feliz. A Graça Divina nos ajuda nisso. Não perca a esperança de ser feliz e busque preservar todas aquelas coisas boas da relação.
2. Converse com ele: O que ele sente? O que ele vai fazer?
Este é um momento difícil, mas necessário. Confrontar-se com o companheiro é necessário para esclarecer pontos importantes. Por exemplo: O que ele pensa sobre o que aconteceu? Qual o motivo que ele teve? O que ele quer fazer daqui para a frente? Qual opção os dois desejam tomar? O que vai mudar?
3. Quem somos? O que significa o nosso compromisso?
Finalmente, deve ser levada em consideração toda a história do casal, o compromisso que fizeram juntos, os filhos. É importante um esclarecimento que possa reformular a maneira como vivem essa relação. Não basta ficar no nível emocional; os dois devem tomar, com calma e de maneira amadurecida, as próximas decisões.
Responder a tudo isso talvez não seja fácil, nem vai apagar as dores e o desafeto da confiança perdida, mas deve ser a base de uma nova experiência, que só um coração cristão, que aprendeu a perdoar, poderia conceber. Sim, é neste sacrifício, nesta abnegação, que o verdadeiro amor se manifesta.2