O Espírito Santo – Jo 14,16

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E rogarei ao Pai e ele vos dará outro Paráclito, para que convosco permaneça para sempre (Jo 14,16)

O contexto do versículo é o discurso de despedida, depois da ceia e antes da Paixão do Senhor.

O versículo que meditamos representa mais um motivo de consolo para os discípulos. O Senhor Jesus se compromete a rogar ao Pai que envie aos seus outro Paráclito, que desempenhará o mesmo papel de advogado e defensor que Ele tinha desempenhado até esse momento, e que fará também de mestre interior da verdade. Distingue-se de Cristo principalmente na medida em que sua presença e ação será invisível e interior. Mas não será menos eficaz. A ação do Espírito será só em favor dos cristãos, mas não será limitada no tempo, como o ministério apostólico de Jesus. Será indefinida. Fixará seu tabernáculo na alma dos fiéis para sempre, até o fim do mundo.

Um detalhe importante: o versículo é fonte de esperança, já que a oração do Senhor Jesus é sempre eficaz. Outro elemento a destacar é que fica clara a distinção pessoal do Espírito Santo com relação ao Pai e ao Filho e sua divindade e eternidade. O Espírito Santo é uma pessoa e não uma personificação de uma força divina. É um defensor, um advogado, que se compara com o próprio Cristo, mas distinguindo-se perfeitamente dEle.

Paráclito é o termo grego equivalente ao latim “ad-vocatus”. O termo só o encontramos em Jo 14,16.26; 16,7 e 1 Jo2,1, sendo que na carta designa o próprio Cristo, como intercessor e advogado junto do Pai. No versículo que meditamos se trata de um outro que vem pelo Pai, graças à oração do Filho. A palavra grega tem o sentido geral de intercessor ou defensor. A palavra era bem conhecida dos judeus, que a traduziram literalmente para o arameu “paraqlit”, com o sentido de defensor-advogado. O paráclito é solicitado principalmente para ajudar intelectualmente, o que pode reduzir-se, segundo os casos, a um simples conselho.

Embora a ideia de consolo não entra diretamente na etimologia, o verbo parakaléo pode significar consolar. Em nosso contexto a promessa do Paráclito tem como fim consolar os discípulos. São Jerônimo traduziu consolatur. Santo Agostinho afirma que se pode dizer consolator ou advocatus. Nos antigos latinos prevalece, contudo, a tradução de advocatus.

A melhor tradução seria a de “ajuda, defensor”. O papel desempenhado por Jesus com os discípulos e que cumpre agora no céu. A ideia dominante é a da assistência e conselho. Em 14,26 este novo Paráclito se identifica com o Espírito Santo.

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