Mais além do cenário, que se mostra uma tradicional festa mexicana em que se celebra o Dia dos Mortos, o filme ganhador de um Oscar, «Viva – A vida é uma festa» (Coco), deixa uma mensagem bem clara que vale a pena resgatar: a família primeiro.
A trama é um pouco estranha: Miguel é um menino mexicano com uma história familiar bastante difícil: seu tataravô deixou sua mulher e filha para perseguir seu sonho de converter-se em um músico reconhecido. Sua tataravó, com dor pelo abandono, aprendeu a fazer sapatos e assim sustentou a ela e sua filha, que levou o negócio a frente e assim sucessivamente. Devido às ações do tataravô, a música não estava permitida na família Rivera. Mas Miguel tem uma clara inclinação a ela. Será que são compatíveis a vocação do pequeno e a postura da família? Vale a pena ver o filme para saber.
Também vale a pena aclarar sobre “o mundo dos mortos” que aparece no filme, que se bem está ligado a Festa dos Finados, não reflete o que professa nossa fé sobre o que acontece depois da morte (é uma aclaração que devemos fazer sobretudo às crianças).
Mas vamos aos pontos que se podem resgatar do filme:
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A Família. Não pode sem ela, mas não pode com ela.
Nunca reclamou disto ou daquilo que você não gosta da sua família? Pai muito rígido, mãos estrita, etc. Todos os familiares tem um aspecto que gostaríamos que mudassem, nunca é suficiente. Passamos a vida olhando os ideais de família que queremos em vez de construir portas a esse modelo que consideramos perfeito. A família Rivera passa algo parecido. É verdade que tem vezes que a família nos freia, que nos põe travas. Mas há que entender uma verdade: se renega a teu passado, não vai poder construir um futuro próspero. Cada um escolhe como se posicionar frente a sua família, não serve de nada culpar os outros, a responsabilidade recai em cada um.
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A história familiar, um tesouro que se perde
Outro valor familiar que se pode resgatar é a memória dos defuntos. Honrar os pais de nossos pais, contando a nossos filhos de suas histórias, tudo o que os fizeram especiais. Imortalizar os antepassados na memória é algo que se está deixando de lado. Vale a pena recuperar esse sentido de reverência com a nossa história familiar, assim como o valor de nossos avós. Que tal perguntar a seus avós ou seus pais sobre como era a família tempos atrás?
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Vale a pena fazer o que seja para que eu chegue aonde quero ir?
SE AINDA NÃO VIU O FILME, ENTÃO TE CONVÉM NÃO LER ESSE PONTO ANTES.
Ernesto De La Cruz é, no filme, o “músico mais importante de todos os tempos”. Ao longo do filme se descobre que o caminho percorrido por De La Cruz para a sua fama não foi muito íntegro, pegando atalhos não muito honestos e traindo amigos, Ernesto fez tudo o que considerou necessário para alcançar o título que tanto ostentou. Essa noção maquiavélica do funcionamento do mundo é uma que nós não podemos aceitar. O fim não justifica os meios. Não se pode deixar de lado a caridade para conseguir alcançar um objetivo. Se a maneira de fazer as coisas se opõe a nossa busca pela santidade então se deduz que não é o que Deus quer para nós. Não tem porque forçar as situações!
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Aceitação: um remédio a muitos males
Algo que custava a toda a família Rivera era aceitar a diferença de Miguelito em contraste ao modelo familiar. Todos eram sapateiros. Ele queria ser músico. Uma vez que todos na casa são conscientes de que a vocação pessoal de Miguel é tão positiva como a deles que fazem sapatos, a casa se enche de alegria. É uma tarefa de cada membro, não apenas responder sua vocação pessoal, mas também acompanhar aos que o rodeiam a encontrar seu chamado e ajuda-lo (a) (na maneira que o outro necessite) a responder esse chamado.
O que achou do filme? O que mais destacaria?
Ignacio Romero, Catholic Link