Esta semana celebramos com toda a Igreja a festa de São José, pai adotivo do Senhor Jesus e casto esposo da Virgem Maria. Hoje teremos presente a experiência deste grande santo na meditação dos mistérios gozosos, procurando conhecer e aprender as grandes lições que ele nos apresenta para a nossa vida cristã.
Primeiro mistério: a Encarnação do Verbo no seio de Maria.
A decisão de são José de repudiar Maria em segredo responde a seu reconhecimento de que algo milagroso, para além da compreensão da luz natural da razão, estava acontecendo com a Virgem de Nazaré. Consciente da sua pequenez, São José prefere retirar-se, ao não reconhecer sinais de que ele teria algum papel a desempenhar nas maravilhas que Deus realizava na vida de Maria. O gesto de São José revela um coração reverente e sensível ao mistério, lento para levantar juízos antes de ter suficientes elementos da realidade para fazê-lo.
Segundo mistério: a Visitação de Maria a sua prima Isabel.
Tomando como ponto de partida o que dizíamos na meditação anterior, a reverência e sensibilidade de José para com o mistério, e considerando a reação de Isabel quando recebe a visita da sua prima Maria, não é difícil imaginar que também José via em Maria uma mulher Bendita, que carregava em seu ventre um fruto também Bendito. José, nos lembra o Papa Emérito Bento XVI, ao ser chamado de “justo”, é reconhecido pela Palavra de Deus como um representante da espiritualidade mais alta do Antigo Testamento. Ao repudiar Maria em segredo, ele faz o que todo judeu devoto faria diante da presença de Deus, sentir-se indigno, dar um passo atrás com santo temor e profundo respeito.
Terceiro mistério: o nascimento do Messias em Belém
José recebe em sonhos uma missão muito especial: a de ser pai adotivo de Jesus, a de dar o nome ao Filho de Deus. A partir desse momento, José, que antes duvidava, agora responde com prontidão ao Plano de Deus. José protege Maria e o Menino, ainda no ventre dela, durante a viagem a Belém e se preocupa por encontrar um lugar digno para o parto. José nos ensina, como o faz também Maria, a discernir sempre o Plano de Deus, com a luz do Espírito e a cumpri-lo prontamente, até mesmo nas situações exigentes.
Quarto mistério: a apresentação de Jesus no templo
Chama a atenção a pobreza e humildade da família de Nazaré, ao apresentar dois pombinhos para pagar o resgate pelo Menino Jesus, conforme mandava a Lei de Israel. Era a oferta estipulada para os pobres. São José nos ensina a viver a “provisionalidade”, o desapego aos bens deste mundo. O importante é sempre tentar fazer o nosso melhor, considerando as nossas capacidades e possibilidades, com um coração confiante na providência divina. A oferta do casal é pequena e simples, mas o preceito foi cumprido, e isso é o mais importante. Como o “óbolo da viúva”, do qual Jesus faria muito depois um elogio, esta simples oferta também agradou muito mais a Deus do que as sobras que os poderosos e os ricos deste mundo lhe oferecem.
Quinto mistério: o Menino Jesus perdido e encontrado
Não é possível imaginar a angústia e preocupação de José neste episódio. À preocupação normal que todo pai sentiria, é necessário acrescentar a preocupação adicional por saber que esse Menino era o Messias. As Sagradas Escrituras nos dizem que é Maria quem se dirige ao Menino, com uma suave repreensão. José cala, como em vários outros momentos. O que sabemos é que, de fato, José buscou o Menino por três dias, junto com Maria. E também sabemos que depois disso voltou para Nazaré, onde seu trabalho de proteger, educar e zelar pelo crescimento do Menino continuou, com igual empenho. Sabia ele que esse Menino não era realmente seu Filho, que o era apenas por adoção. Seu amor por ele era imenso, o que explica a sua angústia ao busca-lo, não só como seu filhinho, mas como seu Salvador.