Meditamos hoje na obediência ao Plano de Deus, deixando-nos guiar por Maria e pelos demais personagens que os mistérios gozosos do Santo Rosário nos apresentam.
Primeiro mistério: a Anunciação-Encarnação
“José, ao despertar do sonho, agiu conforme o Anjo do Senhor lhe ordenara e recebeu em casa sua mulher” (Mt 1,24).
Santa Maria e São José são modelos de obediência ao Plano de Deus. Neste primeiro mistério lembramos São José. Poucas coisas são ditas sobre ele na Sagrada Escritura, mas de muita importância. Sabemos que era um homem justo, de profunda religiosidade, que buscava em tudo cumprir o Plano de Deus, meditando constantemente na sua Palavra. Sabemos também que, depois de ser avisado em sonhos, imediatamente colocou em execução o que Deus pedia para Ele. Santa Maria, Mãe Nossa, intercede por nós diante do teu filho, para sermos prontos na obediência como São José, teu casto esposo.
Segundo mistério: a Visitação
“Ora, quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança lhe estremeceu no ventre e Isabel ficou repleta do Espírito Santo. Com um grande grito, exclamou: “Bendita és Tu entre as mulheres e bendito é o fruto de teu ventre!”” (Lc 1,41-42)
Santa Maria não tinha como calcular exatamente todas as consequências da sua amorosa obediência, do seu Sim ao Anúncio do Anjo. Ela, porém, não permanece passiva, mas se mostra sempre como uma Mulher com iniciativa, em constante busca por conhecer o Plano de Deus e cumpri-lo. É assim que decide partir à casa da sua prima Isabel, que estava grávida, para ajuda-la no que for necessário. A obediência a leva ao serviço e Deus, sempre providente, fará dessa experiência também um meio para que Maria cresça na consciência da sua missão: “Bendita és Tu entre as mulheres, e bendito o fruto do teu ventre” ouvirá dos lábios de Isabel. Cantemos: Nossa Senhora da Reconciliação.
Terceiro mistério: O Nascimento de Jesus
“Eles, revendo a estrela, alegraram-se imensamente. Ao entrar na casa, viram o menino com Maria, sua mãe e, prostrando-se, o homenagearam” (Mt 2,11).
José e Maria não são os únicos que nos mostram exemplo de obediência. Também os pastores, pessoas simples e silenciosas, acostumadas à solidão e a meditação da Palavra de Deus unida ao atento pastoreio. Eles acorrem imediatamente a Belém depois de receber o anúncio do Anjo. A tradicional representação do presépio nos mostra também os sábios de oriente, homens de terras longínquas, que nos mostram que a razão que busca a verdade nos leva, em última instância, a atitude de adoração perante Aquele que é a Verdade e fonte de toda verdade. Obedecer não implica renunciar a racionalidade, mas levar a racionalidade até as suas últimas consequências e plenitude.
Quarto mistério: A apresentação do Menino
“Agora, Senhor, podes despedir em paz o teu servo, segundo a tua palavra; porque meus olhos viram tua salvação” (Lc 2,30)
Os mistérios gozosos também nos trazem dois personagens que nos ensinam muito sobre a obediência. Trata-se de Simeão e Ana, pessoas idosas que por muito tempo esperaram a vinda do Messias e veem a sua esperança recompensada quando Jesus é apresentado no Templo. Obedecer implica também muitas vezes sermos perseverantes, pacientes, até mesmo quando não conseguimos ver de forma imediata o fruto da nossa obediência, do nosso agir. Deus, porém, conta sempre conosco, com a pequena semente que podemos semear cada dia e que um dia, com a graça de Deus, frutificará em santidade para a vida eterna. Cantemos: Sobe a Jerusalém.
Quinto mistério: Jesus com os doutores no templo
“Ele respondeu: Por que me procuráveis? Não sabíeis que devo estar na casa de meu Pai?” (Lc 2,49).
A resposta de Jesus e a atitude reverente de Maria e José nos mostram como devemos aproximar-nos a cada pessoa humana. Nunca esqueçamos que Deus tem um plano para cada um, formoso e pensado desde toda a eternidade como o melhor caminho para a plena realização da pessoa. Que esta certeza nos ajude a ver nos outros sempre alguém amado com Deus e que a nossa amizade sempre seja uma ajuda para que ela encontre o Plano de Deus para ela e o cumpra com fidelidade. Ajudemo-nos uns aos outros a sermos obedientes ao Plano de Deus, para assim podermos ajudar aos demais.