Os mistérios luminosos nos mostram em Jesus Cristo e em Santa Maria a humanidade reconciliada. Peçamos ao Senhor que nos ajude cada dia mais a abrir-nos ao dom da Reconciliação em nossas vidas.
O Batismo do Senhor Jesus
“Batizado, Jesus subiu imediatamente da água e logo os céus se abriram e ele viu o Espírito de Deus descendo como uma pomba e vindo sobre ele. Ao mesmo, tempo, uma voz vinda dos céus dizia: “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo”” (Jo 3,16-17).
No Senhor Jesus, batizado por são João Batista no Rio Jordão, todos nós somos filhos de Deus, não mais estrangeiros, como dizia São Paulo. Fomos reconciliados com o Pai, conosco mesmo, com os demais, que são agora os nossos irmãos, e com todas as demais criaturas. Sejamos agradecidos por este dom e prestemos atenção, particularmente a palavra “Pai”, que dizemos confiadamente ao rezarmos o “Pai nosso”. Graças ao Senhor Jesus Deus é realmente o nosso Pai e podemos chama-lo, graças ao Espírito derramado sobre nós, como o nosso Paizinho, o nosso “Abbá”.
A Auto revelação do Senhor Jesus nas Bodas de Caná
“Quando o mestre-sala provou a água transformada em vinho –ele não sabia de onde vinha, mas o sabiam os serventes que haviam retirad a água- chamou o noivo e lhe disse: Todo homem serve primeiro o vinho bom e, quando os convidados já estão embriagados serve o inferior. Tu guardaste o vinho bom até agora!” (Jo 2,9-10)
Deus nos oferece um vinho novo, muito melhor do que o oferecido na Criação. Na Nova Criação fomos feitos filhos de Deus. Não há mais pecado que possa nos separar definitivamente de Deus. Basta voltar, como o filho pródigo, para que o Pai nos receba com uma festa. Seu amor por nós não tem limites, é superabundante. Não se cansa de perdoar-nos. Pelo contrário, somos nós, muitas vezes, os que nos cansamos de pedir perdão. Mas o nosso coração, junto com toda a criação, guiado pelo Espírito Santo, geme pela Reconciliação. Não sejamos surdos a esse gemido!
O Anúncio do Reino de Deus: “É muito difícil para um rico entrar no Reino de Deus”
“E vos digo ainda: é mais fácil um camelo entrar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus” (Mt 19,24)
Cristo, modelo de humanidade reconciliada, é sinal de contradição, como também é Maria, nossa Mãe. O anúncio do Reino é feito com palavras e obras e isso questiona. Abrir-se à Reconciliação implica também percorrer esse caminho, vivendo a obediência ao Plano de Deus e a pobreza que Cristo e Maria viveram.
A Transfiguração: O rosto de Cristo é o rosto do homem reconciliado
“E ali foi transfigurado diante deles. O seu rosto resplandeceu como o sol e as suas vestes tornaram-se alvas como a luz” (Mt 17,2)
O mistério do homem é iluminado por Cristo. De fato, neste mistério, o Senhor se apresenta brilhando como o sol. Somente Ele responde à nossa nostalgia de reconciliação, reconstruindo com a sua Cruz reconciliadora, à qual se dirige decididamente, o caminho que une, a ponte, entre Deus e o homem.
A instituição da Eucaristia, banquete reconciliador
“Enquanto comiam, Jesus tomou um pão e, tendo-o abençoado, partiu-o e distribuindo-o aos discípulos, disse: “Tomai e comei, isto é o meu corpo”. Depois, tomou um cálice e, dando graças, deu-lho dizendo: “Bebei dele todos, pois isto é o meu sangue, o sangue da Aliança, que é derramado por muitos para remissão dos pecados” (Mt 26,26-28)
A Eucaristia é banquete, mas também sacrifício. Jesus se faz alimento, doando-se por amor e convidando-nos a sermos realmente irmãos, dando a vida pelos demais.
Rezemos juntos: Para viver a Reconciliação (Com Maria em oração, p. 91).
Ó Mãe da Reconciliação,
Tu, que por tua humildade,
Como primícias recebeste o dom,
Obtém-me do Senhor sua bondade
E que viva da graça a moção.
Amém.