No Novo Testamento encontramos o jovem rico, a quem o Senhor Jesus, olhando com amor, chama para ser um dos seus apóstolos. A Escritura nos diz que ele não é capaz de responder “sim”, porque tinha muitos bens, e acrescenta que foi embora triste.
No caso do profeta Jonas, vemos como a negativa ao chamado de Deus traz consequências negativas também para as demais pessoas; em contraste, quando marcha a Nínive para pregar a conversão e a penitência aos habitantes dessa cidade, os frutos do seu “sim” são palpáveis: Deus ouve a oração dos ninivitas e lhes conserva a vida.
No Antigo Testamento, encontramos outros personagens que inicialmente resistem a seguir a sua vocação, como Moisés ou Jeremias, devido ao medo ou por considerar que não reuniam as condições para responder adequadamente.
Finalmente, porém, confiando na assistência de Deus, e a partir de um encontro íntimo e pessoal com Ele, respondem positivamente, e sua resposta rende também frutos abundantes, tanto para eles mesmos como para muitas outras pessoas.
Tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, encontramos também exemplos de uma resposta imediata, generosa à chamada de Deus. Do Antigo Testamento podemos citar, entre outros, Abraão, Davi e Samuel. Este último, em particular, responde à chamada do Senhor com uma frase que todos nós poderíamos fazer nossa, quando pedimos a Deus mais clareza sobre a nossa vocação: “Fala, Senhor, que teu servo escuta”.
Maria, Mãe de Deus, é um belo exemplo de resposta pronta e generosa à vocação
“Eis aqui a Serva do Senhor. Faça-se em Mim segundo a vossa Palavra!”. E já sabemos dos grandes frutos que deu o “sim” generoso de Maria, a começar pelo “Fruto bendito do Seu ventre”, Jesus, o nosso Salvador. Ela se destaca dentro do grupo daqueles que podem ser considerados familiares do Senhor, porque acolhem a sua Palavra e a põem em prática.
A experiência dessas pessoas pode iluminar também a nossa própria experiência. O Senhor é infinitamente Bom e Misericordioso. A vocação é um presente de Deus, o caminho concreto no qual Ele nos destina a dar fruto. É natural, em certa medida, que sintamos um pouco de medo.
Ao mesmo tempo, porém, é necessário que enfrentemos o medo. Deus sempre será o nosso Pai, sempre buscará o que é melhor para nós, o que nos leve à Salvação. Esse deve ser o alicerce principal das nossas vidas, a nossa filiação divina, aconteça o que acontecer.
O sim à vocação é, precisamente, um sim a esse amor paternal, um ato de confiança filial Nele. Façamos como Maria, como João e Tiago, sejamos boa terra para a semente da Palavra. É o nosso caminho para uma vida plena, em Jesus Cristo. Uma vida que dará, com certeza, muitos frutos.