
Maria “foi enriquecida com a sublime pregorrativa e dignidade de Mãe de Deus Filho, e, portanto, filha predileta do Pai e sacrário do Espírito Santo; com este dom de graça sem igual, ultrapassa de longe todas as criaturas celestes e terrestres” (Lumen gentium, 53).
Meditamos hoje sobre a Santíssima Trindade desde o coração de Maria, sabendo da íntima união da nossa mãe com cada uma das Pessoas Divinas, pedindo que nos ajude a crescer também nessa intimidade em nossas vidas.
Primeiro Mistério: A Anunciação e a acolhida do Verbo
Intimamente unida a Cristo, Maria é o caminho que leva até Ele: ““na anunciação do anjo recebeu o Verbo de Deus no seu coração e no seu corpo” (Lug. Cit.), mostrando-nos como acolher em nossa existência o Filho descido do céu, educando-nos para fazer de Jesus o centro e a lei suprema da nossa existência”[1].
Segundo Mistério: A Visitação e a Mãe da Misericórdia
O Filho, já encarnado no ventre puríssimo de Maria, é “o fruto da misericórdia do Pai, e nos faz compreender como esta mulher é a Mãe da Misericórdia”[2]. Ao visitar Isabel, Maria mostra concretamente a sua misericórdia, levando auxílio material à sua prima idosa e grávida, mas sobretudo levando a presença de Jesus.
Terceiro Mistério: O Nascimento em Belém e a humildade do Filho.
A cena de Belém, que nos traz Maria com o Menino entre os braços, lembra-nos que Ela é verdadeiramente a Mãe do Filho e a Mãe de Deus, títulos surpreendentes recebidos por Maria no culto e na doutrina cristãos, que nos mostram “a humildade do Filho Unigênito de Deus na sua Encarnação, e, em relação com ela, o máximo privilégio concedido a uma criatura chamada a gera-lo na carne”[3].
Quarto Mistério: Maria, sacrário vivo do Espírito Santo, apresenta Jesus no Templo.
Todos os fiéis são Templo do Espírito Santo, como ensinava São Paulo (Cf. 1Cor 6,19). Maria, porém, acrescenta a esse privilégio uma dimensão esponsal: “O Espírito Santo já tinha descido sobre ela, que se tornou sua fiel esposa na Anunciação, acolhendo o Verbo de Deus vivo”[4]. Foi certamente a impulsos desse Espírito, do qual era templo e esposa, que Maria apresenta ao Pai “o Menino, luz que chegou no Natal”, como diz a música “Sobe a Jerusalém”.
Quinto Mistério: A sabedoria de Maria, filha predileta do Pai.
O silêncio de Maria, que lhe permite guardar com cuidado os fatos no coração, é um dos sinais da sua sabedoria. No segundo mistério falávamos dela como a Mãe da Misericórdia, fruto da sua relação toda especial com Deus Pai. O Pai, porém, não é apenas misericordioso, mas também sábio. Filha predileta do Pai, Maria é também Mulher sábia e prudente.
[1] São João Paulo II. “María en la perspectiva trinitaria”, §1. Disponível em: http://w2.vatican.va/content/john-paul-ii/es/audiences/1996/documents/hf_jp-ii_aud_19960110.html. Último acceso: 30/5/2015. Tradução livre do autor.
[2] Ibid., §2.
[3] Ibid., §4.
[4] São João Paulo II. Redemptoris Mater, 26. Disponível em: http://w2.vatican.va/content/john-paul-ii/pt/encyclicals/documents/hf_jp-ii_enc_25031987_redemptoris-mater.html. Último acesso: 30/5/2015.