Hoje rezamos o terço às vésperas do dia das Mães. Aproveitemos para oferecer nossa oração pelas nossas mães, as que já partiram ao encontro do Pai e aquelas que estão ainda conosco. Santa Maria, Mãe de todas as mães, cuida com carinho de cada uma das nossas mães.
Primeiro mistério: Uma Mãe para todos os homens
“Porei hostilidade entre ti e a mulher, entre tua linhagem e a linhagem dela. Ela te esmagará a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gn 3,15).
Depois do pecado original, em que nossos primeiros pais romperam com o Criador, Deus nos anuncia um Salvador, da linhagem da mulher, que esmagaria a serpente do mal. Hoje sabemos que essa mulher é Maria e a sua linhagem Jesus e todos os que se tornam seus discípulos. É um caminho aberto para todos os homens e mulheres: os filhos de Eva podem se tornar filhos de Maria e esmagar com Jesus a serpente do mal.
Segundo mistério: Vocação e resposta
“Maria, porém, disse ao Anjo: “Como é que vai ser isso, se eu não conheço homem algum? O anjo lhe respondeu: “O Espírito Santo virá sobre ti e o poder do Altíssimo vai te cobrir com a sua sombra; por isso o Santo que nascer será chamado Filho de Deus”” (Lc 1,34-35).
A cheia de graça é escolhida para ser Mãe do Redentor. Ela, que tinha decidido não conhecer homem algum, concebe por obra do Espírito Santo. A decisão de Maria mostra sua atitude de buscar cumprir o Plano de Deus sempre. O chamado a ser mãe não implica, no seu caso, uma renúncia a sua intenção de permanecer virgem e consagrar-se totalmente a Deus. Pelo contrário, Deus a confirma na sua intuição inicial e no caminho percorrido.
Terceiro mistério: a Mãe do Senhor
“Ao vê-lo, ficaram surpresos, e sua mãe lhe disse: “Meu filho, por que agiste assim conosco? Olha que teu pai e eu te procurávamos”. Ele respondeu: “Por que me procuráveis?” Não sabíeis que devo estar na casa de meu Pai?” Eles, porém, não compreenderam a palavra que ele lhes dissera. Desceu então com eles a Nazaré e era-lhes submisso. Sua mãe, porém, conservava a lembrança de todos esses fatos em seu coração” (Lc 2,48-51).
A vocação à maternidade, assim como toda vocação à vida cristã, é uma fascinante aventura. É verdade que Maria enfrentou uma situação única, já que seu Filho era o Redentor. Porém, de maneira análoga, toda mãe precisa ser reverente diante do mistério que é cada filho, cada pessoa humana. Cooperar com a graça de Deus implica, muitas vezes, guardar silêncio e ser paciente, meditando no coração.
Quarto mistério: a Explicitação de uma missão
“Jesus, então, vendo sua mãe e, perto dela, o discípulo a quem amava, disse à sua mãe: “Mulher, eis o teu filho!” Depois disse ao discípulo: “Eis a tua mãe!”. E a partir dessa hora, o discípulo a recebeu em sua casa” (Lc 19,26-27).
Sabemos muito bem que em João estávamos todos os cristãos representados quando Jesus disse: “Eis a tua mãe!”. É quiçá por isso que Jesus não chamou João por seu nome nesse importante momento, para que essa lacuna pudesse ser preenchida por cada um de nós, para que a acolhamos também em nossa casa.
Quinto mistério: Maria Mãe da Igreja
“Tendo entrado na cidade, subiram à sala superior, onde costumavam ficar. Eram Pedro e João, Tiago e André, Filipe e Tomé, Bartolomeu e Mateus; Tiago, filho de Alfeu, e Simão, o Zelota; e Judas, filho de Tiago. Todos estes unânimes, perseveravam na oração, com algumas mulheres, entre as quais Maria, a mãe de Jesus, e com os irmãos dele” (At 1,13-14).
Os primeiros cristãos sentiram o carinho, o calor, a presença maternal de Maria, sempre os alentando na oração e no apostolado. A passagem mostra o coração imenso de Maria, que não acolheu apenas João, senão todos os discípulos. É assim o coração maternal, sempre disposto a fazer espaço para mais um. Peçamos a Maria que ajude todas as mães a ter um coração assim.