Sétimo mandamento da Lei de Deus: Não roubar

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Esse sétimo mandamento nos proíbe tomar o que não nos pertence e também causar danos aos bens do próximo.

A primeira coisa importante que devemos entender é que Deus destinou toda a criação para o bem do homem. Todo o mundo material está a serviço do ser humano. A terra está repartida entre os homens para garantir a sua segurança.

A apropriação dos bens com o objetivo de garantir a liberdade e a dignidade das pessoas é lícita. Ter propriedade privada para garantir o sustento próprio e dos que estão sob sua responsabilidade é correto e não exclui o direito universal dos bens.

Essa comunicação dos bens entre as pessoas se concretiza através da vivência das virtudes da temperança (para moderar o apego aos bens deste mundo), da justiça (para preservar os direitos do próximo e lhe dar o que é devido) e da solidariedade.

O respeito aos bens do outro

O roubo, isto é, a usurpação do bem do outro sem o seu consentimento fere o sétimo mandamento e é pecado grave. Não devolver aquilo que nos emprestaram ou que encontramos, fazer fraude no comércio, pagar salários injustos, elevar os preços injustamente, especular, escravizar pessoas (veja o caso de algumas fábricas na China por exemplo): tudo isso se enquadra dentro desse mandamento. Também as promessas feitas e os contratos também devem ser cumpridos. Os recursos minerais, vegetais e animais devem ser utilizados devidamente.

A doutrina social da Igreja

A Igreja se pronuncia em matéria econômica e social “quando o exigem os direitos fundamentais da pessoa ou a salvação das almas” (Gaudium et Spes, 76,5). Ela se preocupa com aspectos temporais do bem comum em razão de sua ordenação ao Sumo Bem (lembremos que somos peregrinos nessa terra, que nosso destino é eterno). Procura inspirar as atitudes justas na relação com os bens terrenos e nas relações socioeconômicas. Toda a doutrina é formada confrontando os acontecimentos da história com a verdade do Evangelho, iluminado pelo Espírito Santo.

A Igreja não só propõe critérios, mas convida à ação. Lembremos que a Igreja Católica foi quem fundou a universidade e atualmente é responsável por cerca de 25% do serviço solidário em todo o mundo. Nesse gesto concreto a Igreja manifesta explicitamente o seu amor por nossos irmãos mais necessitados. Ela também convida a todos os católicos a praticarem as obras de misericórdia em favor dos pobres.

Toda a injustiça social que vemos hoje em dia tem a sua raiz no pecado, que torna o coração humano egoísta e busque cada vez mais ter, fechando-se às necessidades do próximo. Por essa razão poucos têm muito e muitos têm pouco.

Porém a saída não é roubar os bens do outro, dar uma de Robin Hood. Não se vence o mal com o mal. O mal deve ser vencido com a força do bem. E a maior concretização do bem é que nós primeiramente sejamos solidários e busquemos construir uma sociedade mais justa, mais fraterna e reconciliada, onde todos tenham o que precisam para viver em plenitude a sua dignidade de filhos de Deus.

Que Nossa Mãe Aparecida, que conhece todas as necessidades dos seus filhos, nos ajude a termos todos os bens que precisamos, e o bem maior: o seu Filho, Jesus Cristo.

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