A liberdade dos filhos de Deus

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Hoje se fala muito em liberdade de expressão, liberdade do meu corpo, liberdade de escolha do gênero e tantas outras coisas. Acaba-se banalizando o que implica ser verdadeiramente livre. Mas o que para nós cristãos, significa ser livre?

Podemos dar uma primeira resposta da seguinte forma: somos mais livres na medida em que somos mais a imagem e semelhança de Deus, o filho amado sonhado no coração do Pai.

E como se conquista a liberdade?  Vivendo mais a fé, a esperança e a caridade.  Sou cada dia mais livre quando creio e espero e Deus, quando O amo acima de todas as coisas, quando me amo e amo ao meu irmão, de uma forma incondicional, independente do que acontecer.

Quem me ajuda a ser mais livre e feliz é Jesus, é Maria, que pouco a pouco vai moldando o meu coração, para que seja grande como o deles.

Mas será que ser livre seria como um self-service, onde escolhemos apenas aquilo que gostamos, que melhor se encaixa à nossa vida?  Ou existem várias coisas que não escolhemos, mas que também fazem parte de nossa vida, de nossa história?

Muitas pessoas tentam o primeiro caminho, evadindo do sofrimento, mas no final acabam se frustrando e sendo infelizes.  Ser livre é também aceitar o que não se elegeu.

Quem deseja ser livre de verdade deve treinar na serena aceitação das inúmeras coisas que parecem ir contra sua liberdade. Aceitar suas limitações pessoais, suas fraquezas, impotência, e colocar confiadamente nas mãos de Deus.  Por outro lado, implica também reconhecer os diversos talentos, dons, graças, que Deus me dá constantemente e que são infinitamente maiores que as dificuldades.

Aceitar significa dizer “sim” a uma realidade percebida em um primeiro momento como negativa, porque dentro de mim cresce o pressentimento de que algo positivo acabará brotando dela.  É a certeza de que “Deus em todas as coisas contribui para o bem daqueles que ama” (Rm 8,28)

Assim posso dizer sim ao que sou apesar das minhas falhas, porque sei que sou amado por Deus; porque confio que o Senhor é capaz de fazer coisas esplêndidas com as minhas misérias.

Aprendendo a aceitar as circunstâncias, a mim mesmo me ajudará a aceitar o outro, especialmente aqueles que me causaram sofrimento. Não é fácil perdoar os inimigos, os que nos fazem e querem o mal. Mas é o que nos traz a paz, nos deixa tranquilos e nos faz mais livres.

Algumas coisas podem levar tempo, mas com paciência e esperança peçamos a Deus essa graça…

Voltando o nosso olhar para Maria, percebemos nEla um modelo pleno de liberdade. O seu “sim” na Anunciação foi repetido durante toda a sua vida e segue vigente para sempre. Ela quer todos os seus filhos livres em Cristo.

Peçamos a Ela sua intercessão para que com muita confiança em Deus saibamos aceitar todas as situações e sejamos livres como Ela.

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