A providência divina – Rom 8,28

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«E nós sabemos que Deus coopera em tudo para o bem daqueles que o amam, daqueles que são chamados segundo o seu desígnio. »  (Rom 8,28)

Contexto

No capítulo 8 da Carta aos Romanos, São Paulo destaca a superioridade incomparável do horizonte a que estamos chamados com relação a qualquer tribulação, e propõe a providência divina -expressão da mesma sabedoria e amor que nos chamou à existência e plenitude nEle- como garantia do destino feliz de quem acolhe a fé e permanece no amor através de uma vida coerente, marcada pelas “obras da fé”.

Em si

Todo o universo e tudo no universo está subordinado aos fins da Providência divina, e Deus faz com que tudo contribua ao bem dos fiéis. Afirmar esta orientação a um fim livremente eleito pelo amor de Deus não significa comprometer-se a mostrar em todo o momento que bem espiritual concreto resulta de cada acontecimento. Mas, ainda que não vejamos em detalhe o desígnio providencial que guia a Igreja à consumação gloriosa do último dia, este desígnio existe, e a fé nos assegura sua realidade substancial. É uma verdade mostrada pela Escritura e confirmada pelo múltiplo testemunho dos santos e o ensinamento da Igreja.

O texto não diz que nada mau ou complicado sucederá àqueles amados por Deus. O que se afirma é que Deus intervém para que tudo, inclusive as coisas negativas e dolorosas, sirva para o bem daqueles que Ele ama. É muito interessante neste sentido o que comenta Santo Tomás de Aquino [1] afirmando que inclusive os próprios pecados da pessoa são males onde Deus intervém para tirar bens: «De tal forma Deus sempre faz que todas as coisas cooperem para o bem deles, que se se desviam ou desencaminham, ainda assim lhes faz adiantar no bem» e depois explica de forma ainda mais clara: «quando o justo cai, se levanta mais prudente e humilde».

É por isso que o cristão nunca deve desanimar-se nem se desesperar diante dos males que sofre, tampouco diante dos seus pecados. De todas estas coisas Deus pode tirar bens para os seres humanos se estes sabem enfrentá-las da forma correta para aproveitar estes bens.

 

Nota:

[1] Santo Tomás de Aquino, Comentário à Epístola aos Romanos, lição 6: Romanos 8,28-32.

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