Angelus: a santidade é para todos, não para super-homens

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Cidade do Vaticano (RV) – Nesta quarta-feira (01/11), o Papa não realizou a tradicional Audiência Geral para rezar o Angelus na Solenidade de Todos os Santos (que no Brasil será celebrada no próximo domingo).

Na alocução que precedeu a oração mariana, o Pontífice falou das características dos santos, afirmando não se tratar de “modelos perfeitos”, mas de pessoas tocadas por Deus. “Podemos compará-los com os vitrais das igrejas, que fazem entrar a luz em diferentes tonalidades de cor. Os santos são nossos irmãos e irmãs que acolheram a luz de Deus em seu coração e a transmitiram ao mundo, cada um segundo a própria ‘tonalidade’. Mas todos foram transparentes, lutaram para retirar as manchas e as obscuridades do pecado, de modo que a luz de Deus pudesse passar. Este é o objetivo da vida, também para nós.”

A felicidade, acrescentou o Papa, não está em ter ou se tornar alguém. A verdadeira felicidade é estar com o Senhor e viver por amor. Os ingredientes para a vida feliz se chamam bem-aventuranças: são beatos os simples, os humildes que dão lugar a Deus, que sabem chorar pelos outros e pelos próprios erros, permanecem mansos, lutam pela justiça, são misericordiosos com todos, trabalham pela paz , não odeiam e, mesmo quando sofrem, respondem ao mal com o bem.

“Eis as bem-aventuranças. Não requerem gestos extraordinários, não são para super-homens, mas para quem vive as provações e as fadigas de todos os dias. Os santos são assim: respiram como todos o ar poluído que há no mundo, mas no caminho jamais perdem de vista o percurso de Jesus, indicado nas bem-aventuranças, que são como o mapa da vida cristã.”

Hoje, disse ainda Francisco, é a festa daqueles que alcançaram a meta indicada por este mapa: não são só os santos do calendário, mas os muitos irmãos e irmãs “da porta ao lado”, que talvez tenhamos encontrado e conhecido. “É uma festa de família, de muitas pessoas simples e escondidas que, na realidade, ajudam Deus a levar avante o mundo. E quantas pessoas assim existem hoje!”, disse o Pontífice, pedindo um aplauso da multidão a esses santos.

De modo especial, o Papa falou de duas bem-aventuranças: “beatos os pobres em espírito” e “os mortos que morreram no Senhor”.

A primeira significa que não se vive pelo sucesso, pelo poder e o dinheiro, mas são bem-aventurados os que acreditam que o Senhor é o tesouro da vida. Já a segunda, que não se encontra no Evangelho, mas no final da Bíblia, é um convite a recordar com gratidão os nossos caros e a rezar por eles, como nos pede a festa de Finados.

“Que a Mãe de Deus, Rainha dos Santos e Porta dos Céus, interceda pelo nosso caminho de santidade e pelos nossos caros que nos precederam e já partiram para Pátria celeste”, foi a invocação de Francisco antes de rezar o Angelus.

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