"Foi uma grande surpresa encontrar ao Cardeal Bergoglio nos esperando às 5:30"

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Convidados pelo então Cardeal Jorge Mario Bergoglio, o Sodalício de Vida Cristã pousou em terras argentinas no ano de 2005. O padre Luis Ferroggiaro, quem conheceu em Roma ao atual Papa quando trabalhava na Comissão para América Latina do Vaticano, contou seu testemunho quando os membros da comunidade Sodálite chegaram lá e  a grata experiência de proximidade que transmite o Papa Francisco, o primeiro Papa latino-americano.

Reproduzimos a continuação o artigo aparecido no jornal “El Comércio” de Lima, Peru.


Bergoglio e os peruanos que convidou a Buenos Aires

O atual Papa Francisco propôs em 2005 à comunidade religiosa Sodálite – originária do Peru – fundar uma comunidade na Argentina. Três compatriotas viveram essa enriquecedora experiência.

Por María Luisa Serra Sánchez

 

“Amanhecia em Buenos Aires, Argentina. O Avião no qual tínhamos voado que saiu do Peru aterrissou próximo das 05:30 da manhã de um dos últimos dias de outubro do 2005. Minha maior surpresa foi encontrar-me  ao próprio arcebispo da capital nos esperando”.

Assim foi como o padre Luis Ferroggiaro, um dos três peruanos membros do Sodalício de Vida Cristã que chegaram a Argentina, nos detalhou seu encontro com o cardeal Jorge Mario Bergogglio, eleito ontem guia da Igreja Católica.

Ferroggiaro, Oscar Tokumura (Perú), Gonzalo Luque (Perú), Santiago Posada (Colombia) e Rodrigo Ferreyro (Brasil) foram os cinco homens que materializaram a ideia do então cardeal argentino de levar esta comunidade masculina peruano de consagrados a sua arquidiocese.

“Nos convidou a trabalhar no âmbito juvenil e universitário. Como não lhe era agradável viver na residência (muito grande e luxuosa) que lhe haviam assignado por ser arcebispo, a emprestou para nós quase um ano e meio, até que encontrássemos um lugar onde viver”, nos conta o padre.

Ocasionalmente, “os peruanos”, como carinhosamente os chamava Bergoglio, o visitavam no seu simples apartamento do centro de Buenos Aires, localizado exatamente no piso superior da cúria arcebispal.

“Ele gostava muito de café expresso. Sempre nos convidava e os preparava ele mesmo. Nos sentíamos com ele como com seu pároco de sempre”, rememora Ferroggiaro. Esta simplicidade da que fazia gala o ex-arcebispo de Buenos Aires não anula o elevado nível intelectual que possue.

“É uma pessoa muito completa nos seus interesses. Tem uma sensibilidade muito grande pelos pobres. Na quinta-feira santa  ia aos hospitais a lavar os pés dos enfermos. É uma gratíssima supresa contar com um Papa da altura e da fisionomia espiritual e intelectual de Francisco”, comentou o padre sodálite, quem já tinha coincidido em outras oportunidades com o lúcido líder do catolicismo mundial na Oficina de Assuntos Gerais do Vaticano.

“Desde o começo, minha impressão sempre foi muito positiva. As vezes a pessoa tem a imagem que os bispos, arcebispos e cardeais são muito distantes da gente comum e corrente, mas neste caso a impressão era falsa porque uma pessoa é muito simples, cálida, muito carinhosa”, explica.

Mas a reação do novo pontífice com o Peru não somente está nestes encontros com comunidade Sodálite que ainda perdura na arquidiocese da que até ontem era a cabeça Bergoglio.

Transcendeu que em 1973 o ontem eleito pai de todos os católicos visitou o Peru para encontrar-se com o padre jesuíta argentino Manuel Montemayor, quem então ministrava aulas na Universidade do Pacífico. Montemayor já não está para corroborar, pois morreu vítima de câncer faz um tempo. Não obstante, os membros da Companhia de Jesus foram quem nos deram luzes sobre a visita do prelado argentino faz 40 anos.

SUPERIOR SODÁLITE

Jorge Mario Bergoglio, quem foi até ontem pela manhã arcebispo de Buenos Aires, conheceu em Roma ao superior geral da sociedade Sodalício de Vida Cristã. Eles coincidiram na linha do trabalho pastoral.

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