Minha família, meu grande tesouro

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Todos conhecemos a realidade familiar. Algumas famílias são grandes, outra pequenas. Algumas, muito complexas ou cheias de tradições. Outras, muito simples ou singelas. Alguns gostamos da família que temos… outros nem tanto. Seja como for, fica claro que – pelo menos para alguns – a família é um grande tesouro.

O Concílio Vaticano II dirige vários elogios à família. Chama-a “escola de valorização humana” e “fundamento da sociedade”. Afirma que nela se “congregam as diferentes gerações” e “reciprocamente se ajudam”*. Nem todos vamos concordar que é assim o tempo todo, mas se formos sinceros, podemos reconhecer que na nossa própria família – embora as possíveis dificuldades e rupturas – brilha (às vezes mais, às vezes menos) aquilo que a Igreja sempre reconheceu na antiquíssima instituição familiar.

Adicionalmente, o apóstolo Paulo faz uma observação muito interessante ao lembrar o mandamento que fala da família: “O primeiro mandamento acompanhado de uma promessa é: Honra teu pai e tua mãe, para que sejas feliz e tenhas longa vida sobre a terra” (Ef 6,2-3). A família não é apenas algo que nos foi dado e que, se tivemos sorte, funciona suficientemente bem. A família é um convite de Deus à comunhão, a sermos partícipes dessa comunhão e a ajudar a amadurecê-la, para sermos felizes e para ter vidas fecundas.

Assim, a frase bíblica do início pode ser reorganizada: Onde está teu coração, ali fazes teu tesouro; ou talvez, onde fores colocando o coração, ali formarás o teu tesouro. É difícil dizer, num texto como este, o que significa hoje na tua vida essa tua família concreta. Existem necessariamente muitas considerações, contextos e etapas. Mas pode ser afirmado o que ela pode, e está chamada a ser: Comunhão.

A chave se encontra na comunhão. Os que já a experimentam, fortalecendo-a. Os que a sentem distante, investindo naquilo que garante um dos maiores tesouros na terra. A Igreja ensina também que a família é, e está chamada a ser, “comunhão de pessoas, vestígio e imagem da comunhão do Pai e do Filho, no Espírito Santo”, e também “comunidade privilegiada, chamada a realizar a comunhão das almas”**.

Assim, grandes ou pequenas, idílicas ou aparentemente insuportáveis, feridas e reconciliadas, as famílias são o lugar onde aprendemos a perceber que Deus é Pai, onde aprendemos a sentir que a Igreja é Mãe, onde nos esbarramos por primeiro com a realidade da fraternidade. Enfim, ela é um grande tesouro onde colocar o coração.

 

*Gaudium et Spes (sobre a Igreja no mundo atual), nº 52

**Catecismo da Igreja Católica, nº 2205-2206

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