O Imaculado Coração de Maria nos mistérios dolorosos do Santo Rosário

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Hoje celebramos com toda a Igreja a festa do Imaculado Coração de Maria. Meditaremos hoje nesse grande dom para cada um de nós nos mistérios dolorosos do Santo Rosario.

 

Primeiro mistério: a agonia do Senhor no horto das oliveiras.

“E afastou-se deles mais ou menos a um tiro de pedra, e, dobrando os joelhos, orava: “Pai, se queres, afasta de mim este cálice! Contudo, não a minha vontade, mas a tua seja feita!”” (Lc 22,40-41).

Meditação: As palavras do Senhor: “Não se faça a minha vontade, mas a tua seja feita!” não são a improvisação de um momento, mas a manifestação de um coração que tinha feito do cumprimento do Plano de Deus o seu principal alimento. E como se parece o coração de Maria ao do seu Filho Jesus. Quantas vezes Ela também, do mais profundo do seu coração, pronunciou esse mesmo verbo “Faça-se”, reconhecendo que Deus é o Senhor da sua vida, e Ela a sua serva.

 

Segundo mistério: a flagelação

“Os guardas caçoavam de Jesus, espancavam-no, cobriam-lhe o rosto e o interrogavam: “Faz uma profecia: quem é que te bateu?” E proferiam contra ele muitos outros insultos” (Lc 22,63-65)

Meditação: Os pecados do mundo, e os nossos pecados também, aqueles cuja realidade tantas vezes solapamos, dissimulamos, escondemos, relativizamos neste mistério ganham uma dolorosa materialidade, que fica à vista de todos. Nas feridas do carne do Senhor Jesus, o Cordeiro sem mancha, que não se esquivou das chicotadas, podemos ver a feiura dos nossos pecados e seu efeito destrutor, sobre nós mesmos, nossos semelhantes, a criação toda. Maria Imaculada, ao ver assim ferido seu Filho, carne da sua carne, sente também as chicotadas, e não se esquiva: prova disso é a espada que traspassa seu imaculado coração.

Cantemos: Porque anoitece já.

 

Terceiro mistério: a coroação com a coroa de espinhos

“Em seguida, os soldados do governador, levando Jesus para o Pretório, reuniram contra ele toda a coorte. Despiram-no e puseram-lhe uma capa escarlate. Depois, tecendo uma coroa de espinhos, puseram-na na sua cabeça e um caniço na mão direita. E, ajoelhando-se diante dele, diziam-lhe caçoando: “Salve, rei dos judeus!” E cuspindo nele, tomaram o caniço e batiam-lhe na cabeça” (Mt 27-30)

Meditação: Jesus disse uma vez aos seus discípulos que lembrassem sempre o que ele fez por cada um deles, sendo seu Mestre e Senhor: lavou os seus pés sujos, trabalho reservado aos escravos. A coroa de espinhos nos lembra que o senhorio de Jesus é diferente ao que mundo oferece: para o mundo vale tudo com tal de ganhar, submeter, estar em situação de superioridade. A coroa de rosas brancas no coração de Maria nos lembra, pelo contrário, que os humildes serão exaltados, que somente quem morre viverá eternamente, que as nossas vidas somente florescerão se nos doamos aos irmãos, se nos tornamos nós mesmos um dom para cada um deles.

Cantemos: Prova de amor.

 

Quarto mistério: o caminho ao Gólgota, carregando a Cruz

“E levaram-no fora para que o crucificassem. Requisitaram um certo Simão Cireneu, que passava por ali vindo do campo, para que carregasse a cruz. Era o pai de Alexandre e Rufo. E levaram Jesus ao lugar chamado Golgota, que, traduzido, quer dizer o lugar da Caveira” (Mc 15,21-22).

Meditação: O coração de Maria é um coração forte de Mãe, que acompanha se Filho no duro caminho até o lugar da crucificação. Esse coração não se quebra, precisamente porque é um coração de carne, plenamente humano, e não um coração de pedra. E assim também Ela nos acompanha em nosso caminho pela vida, alentando-nos a levantar-nos quando caímos, confortando-nos com a sua presença e caminho maternal, para sermos fiéis até o final, como o nosso Mestre e Senhor.

 

Quinto mistério: crucificação e morte do Senhor Jesus

“Jesus, então, vendo sua mãe e, perto dela, o discípulo a quem amava, disse à sua mãe: “Mulher, eis o teu filho!” Depois disse ao discípulo: “Eis a tua mãe!” (Jo 19,26-27).

Meditação: Um moribundo escolhe sempre muito bem as suas palavras, porque sabe que poderiam ser as últimas. O que dizer ao único dos discípulos que não fugiu, que está ai presente, representando os demais? O que dizer a sua querida Mãe, a Mulher forte e fiel, que tinha o coração traspassado pela espada da dor, mas ainda assim persistia em acompanha-lo de tão de perto? Jesus sabe muito bem por que está na Cruz, sabe que a sua missão é salvar o gênero humano e tudo na sua vida aponta a essa missão, que é a de fazer novas todas as coisas. E será precisamente uma das últimas estocadas à serpente do mal a explicitação da maternidade espiritual de Maria. Ele diz a João e a cada um de nós: “Eis a tua Mãe!” e desde aquela hora, João a acolheu na sua casa. O caminho para sua casa foi, desde aquele dia, o caminho para a casa de Maria. E o coração de Maria, cheio de amor para o Filho foi também, desde aquele dia, um caminho seguro para o coração Sacratíssimo do Filho, cheio de amor pelo Pai, por Maria e por cada um de nós, seus irmãos.

 

Símbolo: Acolher Maria em nossa casa, em nosso coração, é ganhar um caminho seguro que vai do seu Imaculado Coração ao Sacratíssimo Coração de Jesus, Verbo Encarnado que ilumina com o mistério da sua vida o mistério das nossas vidas.

Simbolizando esse caminho que queremos percorrer vamos acender as nossas velas na vela de Nossa Senhora e depois fazer uma pequena oração diante do Sagrado Coração de Jesus, enquanto cantamos Mãe Nossa.

Membro do Sodalício de Vida Cristã desde 1996. Nascido no Peru em 1978, mora no Brasil desde 2001. Por muitos anos foi professor de Filosofia na Universidade Católica de Petrópolis. Atualmente faz parte da equipe de formação do Sodalício, é diretor do Centro de Estudos Culturais e desenvolve projetos de formação na Fé e evangelização da cultura para o Movimento de Vida Cristã.

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