O que leva um jovem a ser padre ou religioso nos dias de hoje?

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A resposta para a pergunta do título do nosso artigo de hoje é simples e complexa.

Simples, porque poderíamos responder somente com uma palavra e dar-nos por satisfeitos: Deus. É Deus quem chama, a iniciativa é sempre Dele. Por isso, toda vocação, e não só a do padre ou do religioso, é um grande dom e um grande mistério, enraizado no Amor infinito de Deus por cada pessoa humana.

Ao mesmo tempo, a resposta é complexa, porque muitos outros fatores são mediações das quais Deus se vale para tocar o coração da pessoa vocacionada.

No caso do jovem, obviamente a família tem muita importância, assim como a escola e a universidade, como espaços que podem favorecer a capacidade de escuta e acolhida do chamado de Deus. Os círculos de amigos dos quais participa o jovem também podem ser determinantes.

Posso falar a partir da minha própria experiência: a primeira vez que a chamada a uma vida de plena disponibilidade apostólica apareceu como uma possibilidade no horizonte, foi precisamente durante a minha preparação para receber o Sacramento da Crisma, em 1993. Foi importante, nessa época, a leitura da vida de dois santos: São Lucas e São Paulo. Durante a preparação para a Crisma e, finalmente, no dia da celebração do sacramento, senti que o Senhor me chamava a ser também um apóstolo como eles, mas não sabia exatamente como responder a esse chamado de maneira concreta.

Algum tempo depois, no primeiro ano da faculdade, conheci um jovem que fazia parte do Movimento de Vida Cristã e do Sodalício de Vida Cristã, que me contou da sua experiência missionária na serra do Peru, durante o período de férias. Quando conheci os emevecistas e os sodálites, percebi que se tratava de pessoas que queriam levar a sério o se Batismo e a sua Confirmação, através de uma vida consagrada ao apostolado.

Foi muito importante também, para mim, o apoio da família. Principalmente meu avô, uma pessoa de profunda fé, quem sempre me dizia que todo cristão devia fazer um discernimento sério da sua vocação, perguntar-se pelo menos uma vez na vida se o Senhor o chamava para o sacerdócio ou para a vida religiosa.

Outro aspecto fundamental é a participação de uma comunidade cristã, na qual o jovem pode encontrar amizades autênticas em Cristo, de pessoas de diversos estados de vidaque o possam ajudar no discernimento da sua vocação, transmitindo a ele acertados critérios de discernimento, não apenas de maneira teórica, mas sobretudo a partir da sua experiência vivida desses critérios.

Finalmente, penso que a participação na liturgia da Igreja, principalmente na Santa Missa e no Sacramento da Confissão, de maneira frequente, são âmbitos privilegiados para ouvir a voz de Deus que chama cada um a seguí-Lo em alguma vocação concreta, seja no sacerdócio, na vida religiosa ou de plena disponibilidade, assim como no matrimônio. Também é fundamental uma vida de oração séria, que se nutra da leitura atenta das Sagradas Escrituras, no mesmo Espírito que vivifica a Igreja como um todo e a cada um dos seus membros.

Membro do Sodalício de Vida Cristã desde 1996. Nascido no Peru em 1978, mora no Brasil desde 2001. Por muitos anos foi professor de Filosofia na Universidade Católica de Petrópolis. Atualmente faz parte da equipe de formação do Sodalício, é diretor do Centro de Estudos Culturais e desenvolve projetos de formação na Fé e evangelização da cultura para o Movimento de Vida Cristã.

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