Reconciliação – 2 Cor 5, 18-20

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Tema: reconciliação (viver reconciliado e promover a reconciliação)

Acredita-se que a segunda carta aos Coríntios seja um conjunto de cinco cartas escritas em tempos e lugares distintos (por volta do ano 55, em Éfeso e na Macedônia).  Em algumas partes da carta Paulo promoverá temas importantes, como o da reconciliação (cap. 1-9). Em outra parte, ele claramente fará reprovação a problemas surgidos nessa comunidade (decorrentes da presença de falsos apóstolos) e a sua autodefesa (cap. 10-13).

A passagem que meditamos tem um grande valor para aprofundarmos na Teologia da Reconciliação. Nela encontramos uma série de referências que a colocam como a passagem mais importante sobre a reconciliação, não apenas pelo número de vezes que aparece a palavra, mas por sua profunda implicância teológica. A centralidade que o tema tem na teologia paulina aparece nitidamente nessa passagem.

Nessa rica passagem o Apóstolo dos Gentios responde a duas perguntas chave: o que Deus fez por nós? O que devemos fazer?

Respondendo à primeira pergunta, vemos que Deus sai ao nosso encontro: «tudo provém de Deus».  A natureza humana e a nova criação têm a Deus como agente principal. Somos reconciliados por Cristo e em Cristo: «em Cristo reconciliava o mundo consigo.

A nova criação foi realizada por Cristo, o Adão que dá a vida, o novo Adão como foi chamado depois. Ele é o Reconciliador e a Reconciliação, como o chamou o Papa São João Paulo II. Não tem em conta o nosso pecado, senão que com amor e perseverança sai ao encontro de sua criatura e lhe oferece sua amizade. O ser humano recebe o efeito da reconciliação: é reconciliado. A reconciliação é um dom gratuito que brota da iniciativa amorosa de Deus e que é concedido ao ser humano no Senhor Jesus.

E o que devemos fazer com esse dom da reconciliação? Devemos fazer silêncio para escutar e responder, segundo a força e a graça do Senhor. Responder ao dom é avançar para o encontro e deixar-nos revestir do homem novo, reconciliado. Essa dinâmica transformante, acolhida em nosso interior, desdobrada pela graça divina, nos impele a comunicá-la.

E é que ao ser reconciliados por Deus, nos foi concedido o ministério da reconciliação. Deus deseja convidar-nos a que cooperemos com Ele na reconciliação de outras pessoas.

Sejamos agentes da reconciliação: pessoas cada dia mais reconciliadas e promotores da reconciliação.

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