XXVIII DOMINGO DO TEMPO COMUM: “Amigo, como entraste aqui sem o traje de festa?”

2393

I. A PALAVRA DE DEUS

Is 25,6-10: “O Senhor dará um banquete e enxugará as lágrimas de todas as faces.

6O Senhor dos exércitos dará neste monte, para todos os povos, um banquete de ricas iguarias, regado com vinho puro, servido de pratos deliciosos e dos mais finos vinhos.

7Ele removerá, neste monte, a ponta da cadeia que ligava todos os povos, a teia em que tinha envolvido todas as nações. 8O Senhor Deus eliminará para sempre a morte e enxugará as lágrimas de todas as faces e acabará com a desonra do seu povo em toda a terra, o Senhor o disse. 9Naquele dia, se dirá: ‘Este é o nosso Deus, esperamos nele, até que nos salvou; este é o Senhor, nele temos confiado: vamos alegrar-nos e exultar por nos ter salvo’. 10aE a mão do Senhor repousará sobre este monte.

Sal 22,1-6: “Na casa do Senhor habitarei, eternamente.

1O Senhor é o pastor que me conduz;
não me falta coisa alguma.
2Pelos prados e campinas verdejantes
ele me leva a descansar.
Para as águas repousantes me encaminha,
3e restaura as minhas forças.

3bEle me guia no caminho mais seguro,
pela honra do seu nome.
4Mesmo que eu passe pelo vale tenebroso,
nenhum mal eu temerei;
estais comigo com bastão e com cajado;
eles me dão a segurança!

5Preparais à minha frente uma mesa,
bem à vista do inimigo,
e com óleo vós ungis minha cabeça;
o meu cálice transborda.

6Felicidade e todo bem hão de seguir-me
por toda a minha vida;
e na casa do Senhor, habitarei
pelos tempos infinitos.

Fl 4,12-14.19-20: “Tudo posso naquele que me dá força.

Irmãos:

12Sei viver na miséria e sei viver na abundância. Eu aprendi o segredo de viver em toda e qualquer situação, estando farto ou passando fome, tendo de sobra ou sofrendo necessidade. 13Tudo posso naquele que me dá força. 14No entanto, fizestes bem em compartilhar as minhas dificuldades. 19O meu Deus proverá esplendidamente com sua riqueza a todas as vossas necessidades, em Cristo Jesus. 20Ao nosso Deus e Pai, a glória pelos séculos dos séculos. Amém.

Mt 22,1-14: “Convidai para a festa todos os que encontrardes.

Naquele tempo: Jesus voltou a falar em parábolas aos sumos sacerdotes e aos anciãos do povo, 2dizendo:

─ ‘O Reino dos Céus é como a história do rei que preparou a festa de casamento do seu filho. 3E mandou os seus empregados para chamar os convidados para a festa, mas estes não quiseram vir. 4O rei mandou outros empregados, dizendo:

“Dizei aos convidados: já preparei o banquete, os bois e os animais cevados já foram abatidos e tudo está pronto. Vinde para a festa!”

5Mas os convidados não deram a menor atenção: um foi para o seu campo, outro para os seus negócios, 6outros agarraram os empregados, bateram neles e os mataram.

7O rei ficou indignado e mandou suas tropas para matar aqueles assassinos e incendiar a cidade deles. 8Em seguida, o rei disse aos empregados: `

“A festa de casamento está pronta, mas os convidados não foram dignos dela. 9Portanto, ide até às encruzilhadas dos caminhos e convidai para a festa todos os que encontrardes.”

10Então os empregados saíram pelos caminhos e reuniram todos os que encontraram, maus e bons. E a sala da festa ficou cheia de convidados.

11Quando o rei entrou para ver os convidados, observou ali um homem que não estava usando traje de festa 12e perguntou-lhe:

“Amigo, como entraste aqui sem o traje de festa?”

Mas o homem nada respondeu. 13Então o rei disse aos que serviam:

“Amarrai os pés e as mãos desse homem e jogai-o fora, na escuridão! Ali haverá choro e ranger de dentes.

14Por que muitos são chamados, e poucos são escolhidos.”

II. COMENTÁRIOS

O Senhor, no Templo, aos sumos sacerdotes e aos anciões do povo já alterados, volta a lhes falar com uma nova parábola: um rei, que celebrava as bodas de seu filho, manda seus servos para avisar os convidados, mas estes não quiseram ir. Rechaçam o convite porque, segundo seu critério, têm outras coisas mais importantes a fazer, como cuidar de seus negócios ou trabalhar em suas terras. Porque estavam pendentes seus próprios assuntos, não lhes interessa o convite do rei para participar de sua alegria nem das bodas de seu filho. O desprezo é evidente, mais ainda se tivermos em conta que em um reino oriental o convite equivalia a uma ordem.

Os servos chegam até o rei com a notícia da negativa dos convidados. Com enorme paciência ele os envia de volta para dizer aos seus convidados que o banquete já estava preparado e tudo estava pronto, e que sacrificou seus melhores bezerros e cabeças de gado para tratá-los com atenção. Apesar de tanto rogo e insistência do rei «os convidados não deram a menor atenção: um foi para o seu campo, outro para os seus negócios, outros agarraram os empregados, bateram neles e os mataram».

Nesta nova alegoria o rei também representa Deus Pai. O banquete preparado é o Reino dos Céus, presente e estabelecido já na terra pela presença de Jesus Cristo, o Filho do Pai que veio para selar uma nova Aliança com seu povo por meio de seu próprio sacrifício no Altar da Cruz. Com Ele começaram os tempos messiânicos, com Ele já chegou «a plenitude dos tempos» (Gal 4,4): tudo está preparado para “as bodas” do Filho.

«Venham para as bodas», é o convite premente que Deus faz aos membros do povo de Israel, particularmente aos seus chefes religiosos. Eles são os primeiros convidados a participar do banquete de bodas. Entretanto, esse desejo e o Plano de Deus ficaria frustrado por sua negativa em ir à bodas, por desprezar o chamado dos antigos profetas e, concretamente, o chamado premente de João Batista pela chegada iminente do Reino dos Céus: eles «não quiseram ir», não quiseram receber o batismo de João, não quiseram converter-se, não quiseram reconhecer o Messias e entrar no Reino dos Céus.

Desta vez o rei, diante desta nova rejeição e assassinato de alguns de seus servos, reage com firmeza: manda suas tropas para matar os assassinos e incendiar suas cidades. Depois deu estas ordens a seus criados: «Ide até as encruzilhadas dos caminhos e convidai para a festa todos os que encontrardes». Os servos fizeram o que foi mandado, convidando a quantos passavam por ali, «maus e bons».

Este convite é interpretado usualmente como um chamado aos gentios, que em um primeiro momento não estavam convidados para participar do Reino dos Céus, pois nos cruzamentos ou bifurcações dos caminhos era onde costumavam aparecer os viajantes vindos dos mais diversos lugares e povoados. Do mesmo modo, diferente dos primeiros convocados, as pessoas que passam pelos cruzamentos dos caminhos são pessoas desconhecidas para o rei. Isso torna mais patente que o convite está aberto a todos, não somente a um grupo de conhecidos ou escolhidos, não só a Israel, mas até aos desconhecidos, aos que em um primeiro momento não tinham sido convidados, aos gentios.

Como resultado deste novo convite, a sala do banquete se encheu.

A cena seguinte mostra o rei ingressando na sala para saudar os convidados. Ao topar com «um que não levava traje de festa, disse-lhe: “Amigo, como entraste aqui sem o traje de festa?”». Uma veste especial era de tecido fino, usado ordinariamente pelos soberanos, assim como também pessoas distintas. Provavelmente as vestes de festa se diferenciavam só pelo fato de serem de um tecido melhor. A cor era preferentemente branca (ver Ecl 9,8; Mc 9,3)

Aquele convidado tinha ido à celebração sem estar «vestido com traje de festa». O verbo “vestido” usado por São Mateus é usado também por São Lucas (ver Lc 24,49) e, sobretudo, por São Paulo, para referir-se não só a uma veste exterior, mas também interior: «pois todos vós, que fostes batizados em Cristo, vos revestistes de Cristo» (Gal 3,27). São Paulo exorta continuamente a vestir-se de Cristo (ver Rom 13,14; Ef 4,24) em um processo interior que implica — analogamente a como alguém se despoja de uma roupa suja ou ordinária para revestir-se de roupas limpas e festivas— um despir-se das obras do mal para vestir-se com as armas da luz (ver Rom 13,12; Ef 6,11; Col3,9-10.12; 1Tes 5,8).

A veste digna, que esteja em sintonia com a ocasião, representa as disposições morais requeridas para participar do Reino. Não basta ter sido convidado, tampouco é suficiente ter ingressado na sala, exige-se uma vestimenta apropriada, exigem-se as necessárias condições morais para permanecer no banquete, exige-se estar “revestidos de Cristo”, assemelhar-se a Ele pelas obras.

Após o homem não dar explicação alguma ao ser interpelado, o rei mandou aos serventes: «Amarrai os pés e as mãos desse homem e jogai-o fora, na escuridão! Ali haverá choro e ranger de dentes». O lugar onde «haverá choro e ranger de dentes» é a expressão usual para falar do inferno como um lugar de terrível sofrimento (Mt 13,42.50).

Com isto ficava claro que nem todo “chamado” já é definitivamente “escolhido”. Embora todos, bons e maus, sejam convidados ou “chamados”, só aqueles que se apresentem devidamente vestidos ou revestidos de Cristo serão admitidos no banquete eterno.

III. LUZES PARA A VIDA CRISTÃ

Os convidados rechaçam o convite, negam-se a assistir as bodas. Como nos Domingos antecedentes, aparece novamente o tema da rebeldia frente a Deus, da rejeição ao próprio Deus e a seus desígnios, da rejeição a participar da festa que Deus preparou para o homem. Que horror! O ser humano não quer participar da festa preparada para ele, rechaça o gozo, a felicidade, a alegria, que procedem da participação na alegria que Deus vive em si mesmo.

E quantos também hoje rechaçam o convite para participar das bodas do Filho de Deus, rechaçam Cristo e seu Evangelho, negam-se a beber o vinho novo que Ele trouxe para alegrar os corações! Quem rechaça este chamado insistente de Deus, que toca e bate à porta do coração humano, exclui a si mesmo da vida e conduz sobre si a ruína, o desastre, a destruição e a morte.

A que se deve esta teimosa e obstinada rejeição? A rejeição deve-se, principalmente, ao fato de que o convidado tem outras coisas pra fazer, coisas que julga mais importantes e urgentes: manter seus negócios, cuidar de seu sítio, etc. Muitos dizem: “não tenho tempo” para assistir à festa, como hoje também muitos dizem: “não tenho tempo para ir à Missa, não tenho tempo para Deus, e Deus não é o mais importante para mim, a festa que Ele preparou, para mim, é pura ‘perda de tempo’”. Sim, em um mundo tão agitado e ativo como o nosso, há muito o que fazer, tanto o trabalho como os estudos absorvem todo o nosso tempo, e para muitos já não sobra tempo para Deus. E se fica um pouco de tempo, preferem utilizá-lo para divertir-se, para relaxar ou simplesmente para dormir.

E eu? Faço caso dos constantes convites de Deus, dos sinais ou pessoas que o Senhor põe em meu caminho para me convidar para a festa? Ou prefiro “meus negócios”, “meus campos”, tudo o que me reporta um ganho, um prazer, maior poder? Sem dúvida, diante de todas as maravilhas, possibilidades ou prazeres que o mundo me oferece, acima de tudo o que há por fazer, Deus parece que não tem nada que dar: a festa que oferece “é uma perda de tempo”, porque “de nada me aproveita”, porque é “uma festa chata”.

Como é triste ver como esta parábola se realiza hoje na vida de tantos católicos, convidados à Festa da Eucaristia! Para muitos ir a Missa, ir a esta festa semanal que Deus prepara para nós em espera da Festa que não terá fim, o tempo que deveríamos dedicar a participar da celebração da Missa dominical se converteu em “um tempo que se pode empregar melhor em outras coisas”. Formalmente se trata de uma rejeição de Deus mesmo e de uma auto-exclusão do Banquete da comunhão com Deus ao qual Ele hoje nos convida em primeiro lugar.

Deus convida para sua festa! Como respondo eu? Deus chama e convida continuamente, toca e bate à porta do coração. Abro a porta para Ele? Saio ao seu encontro? Busco-O? Ou lhe digo: “agora não”, “mais tarde”, “agora não tenho tempo”, “não incomode, me deixe em paz”, “tenho outras coisas mais importantes para fazer, outros assuntos mais importantes para atender”, “tenho preguiça”, “não te quero em minha vida”, “sua festa me aborrece”? Ou respondo como Maria, com prontidão, e com presteza abro meu coração Àquele que chama?

Quem deixa Cristo entrar em sua vida, já participa verdadeiramente da festa da salvação, que enche seu coração de um gozo e alegria transbordantes: « Disse-vos isto para que a minha alegria esteja em vós e a vossa alegria seja completa» (Jo 15,11).

 IV. PADRES DA IGREJA

«O [Pai] enviou seus criados para convidar seus amigos às bodas. Enviou-os uma primeira vez e uma segunda vez, quer dizer, primeiro pelos profetas, depois pelos Apóstolos, para anunciar a encarnação do Senhor. (…) “Mas eles não se importaram, e se foram, uns para seu campo e outros para seu negócio” (Mt 22,5). Ir para seu campo significa dedicar-se sem reserva às tarefas daqui debaixo. Ir para seus negócios é procurar avidamente o proveito próprio nos assuntos deste mundo. Uns e outros se esquecem de pensar no mistério da encarnação do Verbo e de configurar suas vidas segundo este mistério. É até mais grave o comportamento daqueles que, como se não bastasse desprezar o favor de quem os convida, ainda o perseguem». São Gregório Magno

«Os convidados dão desculpas, sendo assim, o Reino não se fecha para ninguém, a não ser que ele mesmo pessoalmente se exclua. Em sua clemência, o Senhor convida todo mundo, mas é nosso descuido ou nossa separação que nos afastam Dele. Aquele que prefere comprar um terreno é alheio ao Reino; no tempo de Noé, compradores e vendedores foram igualmente tragados pelo dilúvio (Lc 17,28). (…) Assim também o que se exclui porque se casou, porque está escrito: “Se alguém vem a Mim, e não dá mais preferência a Mim do que ao pai, à mãe, à mulher, aos filhos, aos irmãos, às irmãs, e até mesmo à sua própria vida, não pode ser meu discípulo.” (Lc 14,26)». Santo Ambrósio

«Pode parecer que os motivos sejam razoáveis, entretanto aprendemos que até quando forem necessárias as coisas que nos detêm, convém sempre dar a preferência às espirituais: e me parece que quando alegavam estas razões, demonstravam os pretextos de sua negligência». São João Crisóstomo

«Que devemos entender por vestes de bodas, senão a caridade? Porque o Senhor a teve quando celebrou suas bodas com a Igreja. Entra, pois, para as bodas, sem a veste nupcial, quem acredita na Igreja, mas não tem caridade». São Gregório Magno

«A veste nupcial é também a lei de Deus e as ações que são praticadas em virtude da lei e do Evangelho, e que constituem a veste do homem novo. O qual, se algum cristão deixar de levar no dia do julgamento, será castigado imediatamente; por isso segue: “E lhe disse: Amigo, como entraste aqui sem o traje de festa?” Chama-o de amigo, porque tinha sido convidado para as bodas (e na realidade era seu amigo pela fé), mas repreende seu atrevimento, porque tinha entrado nas bodas, enfeando-as com sua roupa suja». São Jerônimo

«Vós, irmãos, que já entrastes na sala do banquete, pela graça de Deus, quer dizer, estão dentro da Igreja Santa, examinem-se atentamente, não aconteça que ao vir o rei encontre algo que lhes reprovar na vestimenta de suas almas». São Gregório Magno

V. CATECISMO DA IGREJA

O Senhor Jesus convida a todos ao banquete do Reino

  1. Jesus convida os pecadores para a mesa do Reino: «Eu não vim chamar os justos, mas os pecadores» (Mc 2, 17). Convida-os à conversão sem a qual não se pode entrar no Reino, mas por palavras e atos, mostra-lhes a misericórdia sem limites do Seu Pai para com eles e a imensa «alegria que haverá no céu, por um só pecador que se arrependa» (Lc 15, 7). A prova suprema deste amor será o sacrifício da sua própria vida, «pela remissão dos pecados» (Mt 26, 28).
  2. Jesus chama para entrar no Reino, por meio de parábolas, traço característico do seu ensino (ver Mc4, 33-34). Por meio delas, convida para o banquete do Reino (ver Mt 22, 1-14)mas exige também uma opção radical: para adquirir o Reino é preciso dar tudo (ver Mt 13, 44-45)As palavras não bastam, exigem-se atos (ver Mt 21, 28-32). As parábolas são, para o homem, uma espécie de espelho: como é que ele recebe a Palavra? Como chão duro, ou como terra boa? (ver Mt 13, 3-9) Que faz ele dos talentos recebidos? (ver Mt 25, 14-30) Jesus e a presença do Reino neste mundo estão secretamente no coração das parábolas. É preciso entrar no Reino, quer dizer, tornar-se discípulo de Cristo, para «conhecer os mistérios do Reino dos céus» (Mt 13, 11). Para os que ficam «fora» (Mc 4, 11), tudo permanece enigmático (ver Mt 13, 10-15).

Todo batizado foi “revestido de Cristo”: com uma vida Santa deve conservar suas “vestes” limpas

  1. Aveste branca simboliza que o batizado «se revestiu de Cristo» (Gal 3, 27): ressuscitou com Cristo. A vela, acesa no círio pascal, significa que Cristo iluminou o neófito. Em Cristo, os batizados são «a luz do mundo» (Mt 5, 14).

O recém-batizado é agora filho de Deus no seu Filho Único e pode dizer a oração dos filhos de Deus: O Pai-Nosso.

  1. Aprimeira Comunhão eucarística. Tornado filho de Deus, revestido da veste nupcial, o neófito é admitido «ao banquete das núpcias do Cordeiro» e recebe o alimento da vida nova, o corpo e sangue de Cristo. As Igrejas orientais conservam uma consciência viva da unidade da iniciação cristã, dando a sagrada Comunhão a todos os novos batizados e confirmados, mesmo às criancinhas, lembrando a palavra do Senhor: «Deixai vir a Mim as criancinhas, não as estorveis» (Mc 10, 14). Igreja latina, que reserva o acesso à sagrada Comunhão para aqueles que atingiram o uso da razão, exprime a abertura do Batismo em relação à Eucaristia aproximando do altar a criança recém-batizada para a oração do Pai Nosso.

Apresentar-nos-emos devidamente vestidos?

  1. O dia da morte inaugura para o cristão, no fim da sua vida sacramental, a consumação do seu novo nascimento começado no Batismo, o definitivo «assemelhar-se à imagem do Filho», conferido pela unção do Espírito Santo e pela participação no banquete do Reino, antecipada na Eucaristia, ainda que algumas derradeiras purificações lhe sejam ainda necessárias, para poder vestir o traje nupcial.

VI. OUTRAS REFLEXÕES DA ESPIRITUALIDADE SODÁLITE[1]

«A bondade de Deus não tem fronteiras e não discrimina ninguém: por isso o banquete dos dons do Senhor é universal, para todos. A todos é dada a possibilidade de responder a seu convite, ao seu chamado; ninguém tem o direito de sentir-se privilegiado ou exigir exclusividade. Tudo isto nos induz a vencer o costume de nos situar comodamente no centro, como faziam os chefes dos sacerdotes e os fariseus. Isto não deve ser feito; devemos nos abrir às periferias, reconhecendo que também quem está à margem, inclusive esse que é rechaçado e desprezado pela sociedade, é objeto da generosidade de Deus. Todos estamos chamados a não reduzir o Reino de Deus às fronteiras da «igrejinha» — nossa «pequena igrejinha» — mas a dilatar a Igreja às dimensões do Reino de Deus. Somente há uma condição: vestir o traje de bodas, quer dizer, testemunhar a caridade para com Deus e o próximo».

Papa Francisco. Angelus, 12 de Outubro de 2014.

Vivamos nosso Domingo ao longo da semana

  1. «Quando o rei entrou e viu os convidados, reparou em um que não usava o traje apropriado. Perguntou-lhe: como entraste sem o trajede festa?» Tenho eu a adequada reverência e preparação quando sou convidado ao banquete eucarístico pelo próprio Senhor Jesus cada Domingo?
  2. «Tudo o posso naquele que me dá força», nos diz São Paulo. Como está minha confiança no Senhor? Poderia repetir a frase de São Paulo?

[1] Estudo completo em: http://razonesparacreer.com/porque-muchos-son-llamados-pero-pocos-son-elegidos-2/

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here