Por que junho é o mês dos namorados?

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No Brasil o dia dos namorados é celebrado no dia 12 de junho, nas vésperas da festa de Santo Antônio de Pádua, conhecido por seus belos sermões, nos quais muitas vezes exaltou a beleza do amor humano, do matrimônio e da família, como lugares privilegiados para a sua acolhida e cultivo pelos cristãos.

Santo Antônio de Pádua, como muitos sabem, não foi casado e, nesse sentido, alguns poderiam perguntar: Por que a Igreja não escolheu um santo ou uma santa casados ou, melhor ainda, um casal de santos, como os esposos Luigi e Maria Corsini Beltrame Quattrocchi? .

Há muitas respostas para essa pergunta. A primeira, mais simples, é que a experiência direta não é a única fonte de conhecimento, senão também a experiência indireta, que pode ser muito ampla quando uma pessoa -como é o caso dos sacerdotes e missionários como Santo Antônio- acompanham pastoralmente muitas pessoas e casais. O também santo Karol Wojtyla (São João Paulo II), na introdução da sua obra “Amor e responsabilidade”, sobre Ética sexual, apresenta precisamente esse argumento no início da sua obra, que tem por objetivo apresentar o ensinamento do Evangelho em matéria de sexualidade como plenamente coerente com as exigências da dignidade pessoal, tanto do homem quanto da mulher.

Outra maneira de responder ficou já esboçada no parágrafo anterior: quem acolhe no íntimo do seu coração o Evangelho pode comunicá-lo a qualquer pessoa, independentemente do seu estado de vida. Além disso, pedir ajuda aos santos e a outras pessoas mais avançadas na fé dá testemunho de algo muito belo e importante para os cristãos: a unidade da Igreja militante, padecente e triunfante, na caminhada de todos os homens e mulheres rumo ao Céu.

Dito isso, gostaria de destacar a importância para os casais, especialmente para os que se preparam para receber o sacramento do matrimônio, do acompanhamento de outros casais, com mais tempo de caminhada e experiência nesse particular estado de vida. Um dos elementos mais importantes apontados por Karol Wojtyla em “Amor e responsabilidade”, obra já citada, é precisamente a importância da educação do amor. Às vezes o amor é confundido com a atração e o afeto, quando eles são fortes e intensos. Na verdade, eles são apenas insumos do amor, cujo elemento mais importante, e que dá forma aos outros, é o compromisso com o bem do outro, que tem que ser recíproco. No início da relação o afeto e a atração falam mais forte, mas com o seu impulso, o grande desafio é que homem e mulher se tornem realmente amigos e cúmplices na formação de uma família.

Inseridos numa sociedade individualista e subjetivista, na qual as relações entre as pessoas são efêmeras e o que interessa é obter o máximo de satisfação e prazer, a educação do amor precisa de muitos cooperadores, mestres e amigos, de verdadeiras comunidades que se coloquem ao serviço dos novos casais e famílias cristãos, por meio de projetos apostólicos que os ajudem a viver seu estado de vida em fidelidade aos valores do Evangelho.

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